Cinema com vida

Foram 3 mostras de filmes, às quais participei, a cada mostra nós aprofundávamos mais na forma de apresentação e nos estudos dos filmes, dessa forma gostaria de fazer algumas considerações sobre essa experiência de trabalho com filmes nesse post para registrar um pouco das minhas sensações e ponderações frutos desse trabalho.

Estive pensando sobre a relação entre os filmes frutos de obras literárias, geralmente os leitores dessas obras acham sua versão cinematográfica muito superficial. Isso acontece por que na edição são escolhidas pequenas passagens às quais a nosso critério poderia ter sido diferente, pois conhecemos a história como um todo.

Entretanto diante da tela os personagens tomam corpo e isso preenche nosso imaginário de forma que interagimos mais com o filme, procurando observar o que ele nos irá passar sobre o que conhecíamos.

Ao buscar informações sobre os filmes exibidos foi um pouco dessa sensação que experimentei, como por exemplo em "Persépolis", assisti o filme pela primeira vez e achei o filme interessante sobre uma menina que enfrenta preconceitos e conflitos da puberdade, etc. Ao procurar saber mais sobre o filme, descobri o contexto que esse estava inserido, sobre a revolução islâmica e outros acontecimentos que se passavam sob a égide do filme, essa revisão bibliográfica despertou-me a visão para uma série de acontecimentos que eu não pude observar antes e permitiu-me um maior aprofundamento e uma melhor relação com o filme ao assistí-lo novamente.

Assim considero que uma ótima forma de trabalho com filmes, é realizar um anterior estudo sobre os aspectos pertinentes ao contexto do filme, sobre a história da história, sobre as influências do diretor, destrinchar tudo o que poderia ser exibido, mas que ficou apenas escrito por trás do roteiro do filme, assim a experiência de assistir ao mesmo será única e transformadora, será a história se materializando com vida por um imaginário prazeroso, elaborado, rico, com sentido e não apenas mais um filme assistido e esquecido.