Cinema com Vida
François Truffaut II
Proposta
O projeto “Cinema com Vida” é um trabalho de extensão em interface com a pesquisa sobre a importância da arte cinematográfica para a formação cultural docente. Desde sua criação em 2008 até 2010, o projeto se dedicou ao estudo de filmes que abordavam temáticas específicas relacionadas à ciência, à educação e à cultura. A partir de 2011, baseado na necessidade de melhor conhecer a linguagem cinematográfica como arte, o projeto assumiu o formato dos “Mestres da 7ª arte”, estudando obras dos diretores: Charlie Chaplin, Luis Buñuel, Orson Welles, Ingmar Bergman, Alfred Hitchcock e Glauber Rocha. Desde então, assistindo coletiva e repetidamente as obras de tais diretores e posteriormente debatendo-as, o Projeto enfoca a construção de uma relação de longo tempo entre as pessoas e as imagens, assim como se apoia nos estudos realizados no interior do Grupo de Estudos e Pesquisas Teoria Crítica e Educação. No segundo semestre de 2015, o projeto obteve pela segunda vez o apoio da FAPEMIG e pela primeira vez se realiza em parceria com a Superintendência Regional de Ensino de Campo Belo.
O desafio do projeto “Cinema com Vida” de se configurar como um espaço para o exercício de pensar a formação docente no presente com a arte cinematográfica se intensificou pela instituição da Lei 13.006/14 que obriga as escolas de educação básica a exibirem filmes nacionais, por, no mínimo, duas horas mensais. Dessa maneira, espera-se que professores e licenciandos possam diversificar seu repertório cinematográfico reconhecendo belezas que não foram apresentadas a eles/elas e que representam perspectivas estéticas não hegemônicas, comprometidas com transformações sociais.
A dinâmica das exibições de filmes se constituirá de três momentos: o da exibição propriamente dita, o da exposição de comentários subsidiados teoricamente sobre o filme, e por fim, um momento para que cada participante possa expor suas impressões e apreciação provocadas pelo filme. Entre as exibições, serão realizados estudos de textos dirigidos aos filmes selecionados.
Mostra Mestres da 7ª Arte
Como um dos mais célebres representantes do movimento conhecido como Nouvelle Vague, François Truffaut (19 32 – 1984) também foi um crítico cultural defensor da ideia de que o diretor é o autor de sua obra. Seu cinema tem muito a ensinar acerca das emoções humanas e de como elas se manifestam no interior de determinados momentos históricos e sociais. Sua arte conjugou a importância da imagem e da palavra, resguardou espaços para a memória, para infância e para o sonho, construções culturais que hoje precisam ser urgentemente cultivadas entre professores e licenciandos.
Hannah Arendt em seu texto “A crise na Educação” afirma que todo/a educador/a precisa AMAR tanto o mundo em que vive para assumir a responsabilidade sobre ele diante das novas gerações quanto AMAR as crianças para não deixá-las abandonadas aos seus próprios recursos. Pode se dizer que o cinema de Truffaut nos ajuda a considerar e entender melhor as palavras da filósofa alemão, pois nos fazem pensar na importância do amor e na existências de muitas das suas expressões. O primeiro ciclo da Mostra F. Truffaut realizada dentro do Projeto
“Cinema com Vida”, trouxe filmes que privilegiaram a infância. A partir deste ano, com o início do segundo ciclo desta mesma Mostra, os filmes escolhidos ressaltam o amor como uma das mais importantes realizações humana e que precisa ser pensada nos contextos de formação e de trabalhos docentes. Pois, como nos ensina H. Arendt não é possível educar amando apenas as crianças, é preciso também aprender a amar o mundo, e num mundo em que as relações entre as pessoas tem se entrelaçado como as relações meramente econômicas, é preciso aprender a ver suas deformações e ao mesmo tempo, ver suas aspirações de ser para além delas. E o cinema de Truffaut tem muito a contribuir com isso, tornando-se indispensável para toda pessoa que queira assumir a atividade de ensinar.
Para compreensão dos filmes, as discussões a serem realizadas na Mostra também se subsidiarão no estudo de autores da Teoria Crítica da Sociedade, especialmente em Walter Benjamin, T. Adorno, Andreas Gruschka e Christoph Türcke.
Programação
27 de janeiro - “Atirem no pianista” (1960 - 92min.)
coordenação do encontro:
Profª Dr. Márcio Farias – DEF/UFLA
Licencianda Pâmela de Andrade - UFLA
03 de fevereiro - “Jules e Jim” (1962 – 107min.)
coordenação do encontro:
Prof. Dr. Carlos Betlinski – DED/UFLA
Mestranda Livia Rosa – MPE/UFLA
Licencianda Renata - DCH/UFLA
Licenciando Alysom Santos - DEF/UFLA
17 de fevereiro - “Amor aos 20 anos” (1962 - 120min.)
coordenação do encontro:
Profª. Elisangela Xavier – MPE/UFLA
Licencianda Flávia Brito - DEF/UFLA
Licencianda Tainara Brito – DEF/UFLA
24 de fevereiro - “Um só pecado” (1964 – 118min.)
coordenação do encontro:
Mestrando Darlei de Souza – MPE/UFLA
Licencianda Thaianne Salles - DEF/UFLA
Licencianda Letícia Barbosa- DEF/UFLA
02 de março - “A noiva estava de preto” (1968 – 107min.)
coordenação do encontro:
Profª. Drª. Dalva de Souza Lobo – DED/UFLA
Licencianda Tamara Freitas - DEF/UFLA
Licencianda Camila Costa - DEF/UFLA
09 de março - “Beijos proibidos” (1968 – 90min. )
coordenação do encontro:
Prof. Dr. Vanderlei Barbosa – DED/UFLA
Licenciando Túlio Cambraia - DEF/UFLA
Licenciando Addam Machado - DEF/UFLA
16 de março - “A sereia do Mississipi” (1969 – 123min.)
coordenação do encontro:
Profª Drª Luciana A. Rodrigues – DED/UFLA
Licenciando José Antonio Mariano - DEF/UFLA
Licenciando Eduardo Alves - DEF/UFLA
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