Reflexão sobre o esporte e desenvolvimento científico no filme “Olympia”

Postado por Jacques Lage

Olympia, documentário de 1938 dirigido por Leni Riefenstahl é um retrato das olimpíadas de Berlim de 1936, financiado por Adolf Hitler. Além de todo o caráter histórico e da ampla possibilidade de discussões sobre esse filme atentarei para a relação Esporte/Guerra e sobre a forma como o corpo passa a ser tratado após as olimpíadas de 1936.
No documentário , conforme Marques et. al. (2008), “ [...]notava-se a destacada intenção do estado nazista em demonstrar a superioridade da raça ariana sobre o resto do mundo.” A partir das olimpíadas de Berlim o quadro de medalhas deixa de ser por nome dos atletas e passa a se por nações, assim a olimpíada que deveria ter o caráter de união entre os povos passa a representar a superioridade das nações “[...] uma extensão da competição política, militar e econômica [...]” (WADDINGTON, 2006), querra como modo de vida assim como abordado no filme Naqqoyqatsi comentado no post abaixo.
Outro ponto em comum o qual podemos relacionar ao filme abaixo é a ressignificação corporal e as transformações que o corpo sofre para acompanhar o desenvolvimento científico,(um gancho também com o filme Tempos Modernos de Chaplin), onde transformou também os valores morais, principalmente ao uso do corpo “[...] sendo este visto como uma máquina, um objeto voltado ao alcance do progresso infinito” (Marques, R.FR. 2008) esse progresso só é possível com investimentos tecnológico e científico, observamos o crescente uso do doping e a crescente participação da indústria farmacêutica no esporte.
Abordaremos mais possibilidade de aprofundamento das discussões sobre esporte e desenvolvimento tecnológico na próxima postagem. Esse documentário volta no tempo e mostra a história de forma real tendo uma ampla possibilidade multidisciplinar e de discussões. Para finalizar gostaria de indicar o filme "A onda" que também permiti trabalhar de forma prazerosa e aprofundada a temática nazismo.