Por Pâmela Maria de
Andrade
O filme “Amor em fuga” é
um romance lançado em 1978 com direção de François Truffaut e roteiro assinado
pelo cineasta juntamente com Jean Aurel, Marie-France Pisier, Suzanne Schiffman.
Trata-se do fechamento de um ciclo com o personagem Antoine Doinel (Jean-Pierre
Léaud), alter ego do diretor.
Neste filme Doinel, mesmo
com seus 35 anos, continua o mesmo rapaz imaturo de sempre. Divorcia-se de sua
esposa Christine (Claude Jade) e ao sair da corte é parado por vários
repórteres que desejam registrar o evento. É nessa situação que encontra
Colette (Marie-France Pisier), seu primeiro amor que agora é uma renomada
advogada e é a primeira figura de seu passado que reaparece na trama.
Assombrado pelos fantasmas
do seu passado, decide fazer uma visita ao túmulo de sua mãe, após se encontrar
com Lucien (Julien Bertheau), o amante que aparece em “Os incompreendidos”,
quando Antoine flagra os dois. Uma série de flashes dos outros filmes do ator
fazem referência ao passado do personagem e um tributo ao histórico das
participações de Léaud nas obras de Truffaut.
O filme retrata as idas e
vindas de Antoine e seus frequentes dilemas pessoais. O desapontamento de seus
entes queridos e de si próprio ao ver seu futuro mais uma vez incerto. Nas
palavras de Liliane, outra das mulheres que passaram pela vida do personagem,
“Antoine está sempre num estado terrível. Ele precisa de esposa, amante,
irmãzinha, babá e enfermeira. Não consigo interpretar todos esses papéis de uma
vez.”
Certamente é um fim
emocionante e digno para uma saga envolvente como a de Antoine Doinel.
Truffaut, mais uma vez filma de forma inigualável e autorística.
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