Suas inglesas e o amor


Por Pâmela Maria de Andrade

Lançado em 1971, “Duas inglesas e o amor” é dirigido pelo cineasta François Truffaut, que assina seu roteiro juntamente com Jean Gruault. Trata-se de um drama inspirado no romance de Henri-Pierre Roché que também dá origem à outro filme de Truffaut intitulado “Jules e Jim: uma mulher para dois”.

Na trama, Claude (Jean-Pierre Léaud), um jovem e mimado burguês parisiense, conhece Ann (Kika Markham), uma jovem do País de Gales que visita Paris. Ann é filha de uma amiga da mãe de Claude e os dois logo ficam amigos. Ela sempre fala da irmã mais nova Muriel (Stacey Tendeter) e mesmo ficando claro ao espectador que Ann se interessa por Claude, ela força a aproximação dele com a a irmã quando este decide ir visita-la no País de Gales.

Claude pede a mão de Muriel, mas uma espécie de conselho familiar decide que seria melhor eles passarem um ano separados para que ambos tivessem certeza do que queriam. Ela sente sua falta desesperadamente, porém ele vive sua vida libertina apesar de também sentir falta dela. Claude e Ann tornam-se amantes iniciando-se então uma épica e conturbada relação a três que marcará a vida deles por décadas.

Num certo ponto, Claude escreve um romance inspirado em sua própria história, a de um homem apaixonado por duas mulheres. Em seu livro porém, é uma mulher que se apaixona por dois homens, uma referência ao livro de Roché.

Mais uma vez Truffaut filma de forma inigualável e envolvente, sutil e profundamente, prendendo o espectador do início ao fim em mais um de seus tributos à literatura e ao amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário