Por Pâmela Maria de
Andrade
O filme “Atirem no
pianista” é uma adaptação do suspense de David Goodis (1917-1967), lançado em
1960 na França sob direção do grande cineasta François Truffaut, que também
assina o roteiro juntamente com Marcel Moussy. O filme conta a história de Édouard
Saroyan (Charles Aznavour), um grande pianista que abandona a carreira após a
morte de sua esposa.
Édouard assume o nome Charlie
Kohler e consegue um emprego de músico em um botequim onde ganha pouco, porém o
propicia levar uma vida discreta e simplória, bem distante da mídia. Lá ele
conhece Léna (Marie Dubois), com quem inicia uma relação conturbada e para quem
confidencia, aos poucos, seu passado. A ação do filme se inicia quando seus
dois irmãos, envolvidos com a máfia, o encontram numa tentativa de se esconder
e envolvem o casal em seus problemas.
O filme, tal como o livro,
retrata brilhantemente um certo tipo de melancolia em que pessoas decadentes e
desiludidas se entregam aos prazeres do álcool e aos desprazeres da depressão, vivendo
no automatismo e na inércia esperando que a própria vida se encaixe nos trilhos
sozinha.
Assim como o romance, a
película assume um tom nostálgico com uma narrativa intrigante e Truffaut, com
toda a sua técnica, consegue envolver o público com essa história da qual nos
tornamos cúmplices.
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