Por Lívia Rosa
Filme lançado em 1962, dirigido e adaptado por
François Truffaut a partir do romance de Henri-Pierre Roché. Conta a história
de dois amigos, Jules e Jim, que se apaixonam pela mesma mulher, filme que
conquistou o público dos anos 60 e até hoje atrai muita gente.
Jules e Jim vivem em Paris, marcados por encontros
amorosos passageiros, que não duram muito tempo. Recebem um convite para irem a
uma exposição particular de um amigo de Jules, se deparam com o sorriso tranquilo
de uma estátua. Eles ficam maravilhados com o sorriso daquela estátua e vão até
o museu, admiram-na por uma hora e dali
saem com a ideia de que, se um dia encontrassem um sorriso como o daquela
estátua, eles o seguiriam.
Eles conhecem então, Catherine (Jeanne Moreau), ou
como diz Jules em uma cena do filme “força
da natureza”, que desperta um sentimento que não abala a amizade entre os
dois. Jules, que tinha dificuldades em manter relações mais duradouras, namora
com Catherine em Paris, sempre acompanhados de Jim. Então, começa uma história
de amizade e amor, em que Jules e Jim, se aproximam e conhecem a cada dia mais
Catherine. Com a Primeira Guerra Mundial, os dois amigos vão para lados opostos
e não tem contato por muito tempo.
Finda a Guerra, Jules e Jim voltam a se comunicar
normalmente por cartas. Jules e Catherine agora moram próximo ao Reno, tem uma
filha; porém, eles já não mantinham o mesmo relacionamento antes vivido.
Jules e Jim então, conversam por cartas. Jules
convida Jim para sua casa. Jim, então, lhes faz uma visita, as conversas com
Jules lhe mostra que há algo de diferente, e Jules então confessa que o
relacionamento já não é como antigamente e que prefere ver Catherine com outro
a perdê-la. Nesse momento, começa um relacionamento requintado entre os três,
com a estética de um relacionamento que envolve o amor, a amizade e as relações
humanas.
Truffaut utiliza-se de diálogos adaptados,
conferindo assim a naturalidade necessária ao filme, mas a narração em off,
acelerada no começo do filme, ajuda a manter o caráter da narrativa
escrita, respeitando assim, a obra de Henri-Pierre Roché. A trama então,
promete o cenário de uma história de amor e amizade, entre uma mulher e dois
homens, mas não se prendendo a aspectos da moralidade. A obra, leva à reflexão
sobre os momentos intimamente ligados às relações amorosas e afetivas do ser
humano, sem se prender a qualquer tipo de moralismo ou associação, do
relacionamento entre o trio de protagonistas do filme, como uma aberração na
sociedade.
A trama é narrada de maneira isenta de
pré-conceitos, evidenciando assim, a intensidade do amor ou amizade entre os
três personagens.
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